domingo, 21 de julho de 2013

44 milhões é a arrecadação anual das empresas de transporte de Cascavel!


Nós do PSTU já alertávamos no ano passado (2012), durante o processo eleitoral, que a arrecadação se aproximavam dos 50 milhões/ano.

Recentemente foi informado pela imprensa local que a arrecadação das empresas de transporte chegam próximo a 44 milhões de reais por ano, dinheiro este retirado de todos os trabalhadores para enriquecer poucas famílias da cidade.

Apesar das dificuldades do acesso a informação, prevíamos que 20 milhões de trabalhadores trafegam por ano pelos terminais de Cascavel pagando R$ 2,50. Só no mês de março de 2012 foram arrecadados pelas empresas concessionárias quase cinco milhões de reais, um acréscimo de 22% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Com uma fatia bem pequena dos lucros das empresas concessionárias podemos garantir PASSE LIVRE a todos os estudantes de Cascavel. O Passe Livre é perfeitamente possível a partir dos lucros das concessionárias, combinado com a municipalização do transporte.

Golpe nos trabalhadores: renovação do contrato por 10 anos sem licitação e no último dia do ano!
Como se não bastasse, o Prefeito Edgar Bueno contou com o apoio da Câmara de Vereadores na última sessão do ano de 2011 (mesma sessão em que aumentaram seus próprios salários em 55%) para “renovar” o contrato com as empresas privadas de transporte coletivo por 10 anos sem licitação. Esse golpe tem que ser desfeito, o transporte municipalizado sob controle de um Conselho Popular organizado pelos trabalhadores e as organizações sindicais, estudantis e populares da cidade.

Subsídio de impostos também é golpe nos trabalhadores

O governo federal, por meio de três medidas provisórias, isentou os empresários do transporte público do país inteiro de alguns impostos, como: a desoneração da folha de pagamentos do transporte coletivo rodoviário (em vigor desde janeiro de 2013); a desoneração da folha de pagamentos do transporte metroviário; e a isenção total de PIS/Cofins dos serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário.

Segundo a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, estas medidas deveriam reduzir as passagens, em média, em 20 centavos (ou 7,23%) da passagem, pelo repasse da isenção dos impostos. Mas em poucas cidades a passagem diminuiu nesta medida. Em Cascavel a tarifa baixou míseros 10 centavos.

Mas quem pagou a conta foi a população, que terá uma arrecadação menor de impostos, e curiosamente em impostos que servem para garantir direitos trabalhistas, como o PIS/Cofins e na folha de pagamento para Previdência, o que dará margem ao governo dizer não aos reajustes das aposentadorias, além de achar um novo “buraco” na Previdência.

A saída que o governo terá para compensar esta queda de arrecadação será: (i) ou aumento de outros impostos; (ii) ou queda nos gastos públicos, o que normalmente vem dos gastos sociais.


Municipalizar já!

A municipalização de empresas de transporte público possibilitaria a inexistência do lucro, que por si só já diminuiria o custo de cada passageiro, e mudaria a lógica de “ser lucrativo” para “garantir o serviço à população”.

Isso significa dizer que os 44 milhões de reais que hoje ficam com as concessionárias poderia ser investido para garantir passe-livre para estudantes e desempregados iria (i) isentar os custos de ida dos estudantes aos seus locais de aprendizado, para que isto não seja um impeditivo para a nossa juventude ter acesso à educação; e (ii) isentar desempregados para que possam procurar empregos e terem acesso à cidade, mesmo em condições desfavorecidas de desemprego.

Por isso nós do PSTU defendemos que:

É preciso municipalizar o transporte coletivo para que o lucro das empresas possa ser utilizado em beneficio da população de Cascavel, melhorando o salário e as condições de trabalho de motoristas e cobradores, acabando com a dupla função, barateando o valor da passagem, garantindo passe livre e investimentos em transporte alternativo.