domingo, 16 de fevereiro de 2014

OS GOVERNOS , A IMPRENSA E OS ÓRGÃOS DE REPRESSÃO SE APOIAM NA AÇÃO QUE LEVOU CINEGRAFISTA À MORTE PARA TENTAR CRIMINALIZAR PSOL, PSTU E TODOS OS QUE LUTAM


Reafirmar a Frente de Esquerda no Paraná para fortalecer o programa socialista e defender as organizações de esquerda

Direção Estadual do PSTU - Paraná

No mês passado realizamos uma reunião com a direção estadual do PSOL, na qual apresentamos nossa posição a favor da construção de uma Frente de Esquerda entre PSOL, PSTU e PCB.
Voltaremos a nos reunir com a direção estadual do PSOL e também procuraremos o PCB para conversar sobre esta proposta. Nesta nota queremos reafirmar a necessidade desta unidade frente à campanha midiática que tenta criminalizar os partidos e organizações de esquerda.

Na mencionada reunião, expusemos os critérios políticos e pontos de vista que achamos necessários para dar norte a uma discussão fraterna e comprometida entre os nossos partidos. Esses critérios são: construir um programa socialista que parta das demandas levadas às ruas nos protestos de junho no ano passado; completa independência de classe e financeira da burguesia; respeito ao peso político e social dos partidos na composição da chapa majoritária e proporcional.

Dissemos na reunião e reafirmamos publicamente que estamos dispostos a abrir mão da candidatura ao governo do estado, desde que tenhamos a candidatura ao senado. Reiteramos que temos um partido estadual, estruturado nas principais cidades do Paraná, envolvido nas lutas sociais e políticas, com inserção em alguns setores da classe trabalhadora e que tem cumprido papel importante nas lutas políticas. Durante as jornadas de junho e greves de julho e agosto, nosso partido atuou com firmeza programática e determinação política, buscado contribuir com o fortalecimento das reivindicais da classe trabalhadora e denunciando os governos de plantão.

Temos esta posição por que achamos que o nosso peso precisa ser respeitado na composição de uma Frente de Esquerda entre nossos partidos, não opinamos ser correto e não estamos dispostos a simplesmente aderir a uma candidatura do PSOL.

As massas e os lutadores precisam de uma alternativa

A situação política mudou após as jornadas de junho, o início deste ano demonstra que, por um lado existe maior disposição de luta dos trabalhadores e, por outro, maior disposição de repressão e criminalização dos movimentos sociais por parte dos governos que administram o Estado Burguês.

A maioria da população apoiou os jovens que foram as ruas com a vontade de mudar o país. Os governos “regurgitaram” demagogia, muito prometeram e quase nada cumpriram. Agora dão a demonstração [através da repressão] do que está por vir daqui até a Copa do Mundo, nada mais que a repressão do Estado.

Na nova situação política as massas estarão mais abertas e interessadas a ouvir os que os projetos de direita e de esquerda têm a dizer, avaliamos que existirá uma disposição maior do que antes em ouvir o que os socialistas temos a dizer. Isso não significa de antemão que o espaço de esquerda será uma avenida aberta, por enquanto esta é uma hipótese provável, mas tudo irá depender de como as massas se comportarão nas próximas lutas, de como os governos de plantão reagirão e da opinião publica que irá se formar na consciência das massas, aqui entra com peso o papel da mídia burguesa, que já iniciou uma campanha para ganhar as massas contra as manifestações em ano de Copa.

Ao mesmo tempo, os lutadores que saíram as ruas em junho e todos aqueles e aquelas que seguem lutando para mudar o país, buscarão uma alternativa frente aos projetos burgueses de partidos como PT, PMDB,PSB, PSDB, PV, DEM, PP, entre outros. Nenhum desses partidos tem um programa capaz de atender e governar para os trabalhadores, todos eles governam para o grande capital.

Nem Beto Richa do PSDB, nem Gleisi Hoffmann do PT, nem Requião do PMDB representam os interesses dos trabalhadores no Paraná. Todos são projetos aliados aos interesses da classe capitalista. Esses projetos já demonstraram por inúmeras vezes que não governam para nossa classe.

Por isso, a importância de apresentarmos uma alternativa unitária nas eleições, socialista e classista, capaz de unificar as reivindicações e dar maior projeção as lutas da classe trabalhadora e da juventude.

Unidade da esquerda para combater a repressão e criminalização dos movimentos sociais
Desde o ano passado estamos travando publicamente a polêmica com os Black Blocs, não temos nenhum acordo com os seus métodos e programa reformista. Somos a favor de qualquer ação de massas, por isso nossos métodos passam por tentar convencer as massas de qual é o programa e a política dos revolucionários.

Não temos acordo com as ações vanguardistas, equivocadas e ultra esquerdistas dos Black Blocs, que buscam substituir o protagonismo e a experiência concreta das massas na luta contra o governo e o Estado. Esta tática e o tipo de organização também favorece a infiltração de agentes provocadores da polícia. Portanto, temos uma diferença quanto à política, o programa e os métodos, mas que fique claro, somos contra a repressão e criminalização dos Black Blocs e movimentos sociais. Ao mesmo tempo somos solidários a família do jornalista que morreu, mas reiteramos que não confiamos nos órgãos do Estado, na imprensa e justiça burguesas.

A imprensa, o governo Cabral e os órgãos de repressão tentam responsabilizar o Black Bloc e os partidos de esquerda, afirmam que os manifestantes presos seriam supostamente Black Blocs e supostamente "aliciados" pelas organizações "que levam bandeiras", como "PSOL, PSTU e FIP". Essas práticas são da repressão e da direita. Não confiamos e não compramos a versão amplamente divulgada na imprensa burguesa, está claro que existe uma manipulação e clara intenção de se apoiar neste lamentável episódio para criminalizar aqueles que estão saindo as ruas para protestar.Querem preparar as massas para a dura repressão que já está orquestrada caso as manifestações se intensifiquem daqui até a Copa.

Alertamos para o fato de que as leis e medidas adotas pelo governo federal e as forças armadas, como é o caso da lei "antiterrorismo", dão sinais de que a infiltração ou manipulação de movimentos dirigida pelos órgão de repressão já estão ocorrendo e podem se intensificar.

Os provocadores estão infiltrados nas manifestações e movimentos. Responsabilizamos os governos e o Estado Burguês pela repressão e violência nas manifestações. Jamais saberemos se o artefato que causou a morte do cinegrafista foi lançado por um agente infiltrado, ou por um ativista recrutado pelo aparato de repressão ou por um infeliz que acha que disparar fogos de artifício contra a polícia é um método eficiente para ganhar a confiança das massas e derrotar o aparato policial.

A repressão tem mutas técnicas nefastas, de inteligência, investigação, infiltração, provocação, tortura e desaparecimento de corpos [o que dizer do caso do pedreiro Amarildo] para inocentar os agentes da repressão. Mais uma vez, não compramos a versão da imprensa burguesa.
A questão é que após a morte deste cinegrafista os governos e órgãos de repressão do Estado lançaram uma verdadeira campanha contras PSOL e PSTU. Dois partidos que apoiam e estão nas lutas desde o início. Nosso partido foi à única organização que travou publicamente a polêmica contra as ações dos Black Blocs, travamos esta polêmica inclusive contra algumas correntes do PSOL, que em nossa opinião, ou defenderam as ações ou capitularam frente a elas. Não faz nenhum sentido as acusações feitas contra nosso partido.

A ofensiva bonapartista que os governos aplicam através do Estado contra os partidos de esquerda,  contra todos os lutadores cobra a unidade dos socialistas, e neste ano ela deve se dar nas lutas e nas eleições.

Como já dissemos em outro artigo que publicamos: “(...) nossa violência de classe terá endereço e hora, quando as massas tiverem dispostas a enfrentar o Estado burguês, os agentes reformistas e os governos. Se as massas precisarem e quiserem pegar em armas para enfrentar o Estado Burguês estaremos na linha de frente deste combate. Lutemos contra o capitalismo, seus governos, seus agentes e seu Estado opressor. Nossas armas serão o convencimento político, a ação de massas, a análise da realidade, a unidade na ação política, a fraternidade, a franqueza, a honestidade, a solidariedade de classe e a moral da classe trabalhadora em luta. (...)”

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O primeiro beijo gay da Globo

Por Wilson Onório, Sec. LGBT do PSTU

Viver na Frei Caneca tem suas deliciosas bizarrices. Pela primeira vez, ouvi gritos entusiasmados de "torcida" ecoando dos apartamentos ao meu redor não relacionados a um jogo. 

Evidentemente, foi a reação a uma das cenas "mais esperadas" da história da comunicação de massas no Brasil: o dia em que a Rede Globo se rendeu à realidade e decidiu colocar em cena um (singelo e pudico, vale lembrar) beijo gay em seu horário nobre.

Que a Globo tenha se movido pela mesma lógica de sempre: o olho no mercado e a luta para se manter como principal e mais lucrativa emissora do país, é inegável. Como também, não dá pra esquecer que esta é (e sempre será) uma emissora que, como todas, "é habitada pelo poder do Capital", sintonizada com tudo contra o que lutamos cotidianamente (inclusive na propagação da homofobia, do racismo e do machismo), desde seu surgimento, nos anos 1960, sob o patrocínio da ditadura. E mais: o beijo com décadas de atraso em relação ao mundo em que vivemos.

Contudo, não podemos menosprezar a realidade do lado de cá da tela. Aliás, é a que mais interessa nesta história toda. O beijo, é, sim, uma vitória de todos e todas que lutam contra a opressão. São estes os verdadeiros protagonistas desta cena. Foram os LGBT's de verdade que fizeram com que a emissora do nada saudoso Roberto Marinho tenha se rendido, "reconhecendo" o espaço que os LGBT estão conquistando, com muita luta, nas ruas.

O beijo de Félix (cuja quase beatificação no processo da novela é um capítulo à parte) e Niko não foi um "presente" da Globo para a comunidade LGBT, nem pode ser visto como um "atestado" anti-homofóbico. Pelo contrário. É um beijo que reflete anos de luta. E merece, sim, ser saudado aos gritos aqui na vizinhança e, com certeza, em todos os cantos do país não como uma demonstração de apreço à Globo. Não. Se é verdade que os atores (que nunca esconderam sua simpatia em viver a cena e a fizeram muito bem) podem ser parabenizados, nossas homenagens, hoje, devem se voltar aos milhões de anônimos que seja na luta direta, seja simplesmente resistindo ao preconceito e à discriminação transformaram o "beijo gay" em uma "realidade" que nem mesmo a Globo poderia continuar omitindo.

Já disse pra muita gente que, como sou "antigo", ainda me emociono quando vejo um casal LGBT andando de mãos dadas ou demonstrando carinho nas ruas (da mesma forma quando negros e negras expressarem alegremente sua negritude, do cabelos à atitude, ou uma mulher tomando os rumos de sua vida). Muitos de nós, lutamos praticamente a vida inteira pra ver algo assim. Tão normal, tão simples, tão humano. Mas, tão difícil pra quem não se enquadra nos "padrões".

Por isso, ao ver Mateus Solano e Thiago Fragoso em cena, há pouco, o que me veio à mente foram os tantos e tantos que, na vida real, construíram o caminho até uma cena que, na verdade, deveria já deveria ter ido ao ar há muito tempo e ser tratada simplesmente como uma "coisa do mundo".

Lembrei-me daqueles e daquelas que, com coragem, enfrentaram e enfrentam o mundo para poder existir e amar. Lembrei-me dos que foram mortos, como Edson Neres, simplesmente por terem feito isto. Lembrei-me dos que foram expulsos de casa por terem sido "pegos" no ato ou sofreram punições inomináveis, de Oscar Wilde aos que vestiam o "triângulo rosa" nos campos nazistas. Lembrei-me dos que nunca puderam sequer se atrever a beijar alguém, sucumbindo à opressão, vivendo sufocados em seus armários. E, principalmente, lembre-me daqueles que dedicaram suas vidas para que as coisas mudassem. De Magnus Hirschfeld a Milk, do "Gay Liberation Front" ao SOMOS e de tantos e tantas outras que vieram antes e depois deles.

Esse foi um beijo que não nasceu dos "planos" da Globo. Não. Ele brotou dos espaços que conquistamos com ousados e irreverentes beijaços; ele estalou primeiro nas ruas tomadas por Paradas e protestos. E por isso mesmo ele tem "importância histórica". Ele simboliza, em um campo pra lá de complicado como é o da comunicação de massas, uma vitória daqueles que nunca tiveram medo ou vergonha; daqueles que nunca se deixaram abater pelo preconceito e a discriminação (as mesmas que Globo, durante décadas, contribuiu pra enculcar na cabeça das pessoas -- e, não se iludam, continuará fazendo).

E, claro, foi um beijo com um "gostinho" todo especial. Teve sabor de "Fora Feliciano" e todos os homofóbicos de plantão. E, por isso mesmo, pra encerrar, já que estamos no campo da "ficção", espero que o beijo tenha um efeito parecido com aqueles dos "contos de fadas": que ajude a "despertar" os adormecidos e silenciados pela homofobia. Que fortaleça aqueles que, em suas casas, se sentem sozinhos, "anormais", infelizes e, muitas vezes, desesperados.

A página do "primeiro beijo gay da Globo" está virada, mas sabemos que temos muito mais pelo que lutar. Até o dia em que, inclusive, não seja necessário festejar um simples beijo como final de campeonato. Mas, simplesmente, como expressão da vida. Um beijo.



Entra e sai na Administração Municipal de Cascavel. Uma piada sem graça com a população da cidade!

NOVAS ELEIÇÕES JÁ!

Nota do PSTU/Cascavel

A população de Cascavel aguarda ansiosa o desfecho de uma “novela” que parece não ter fim. Uma trama envolvendo, de um lado o PDT/PSDB/DEM que agarram-se em atalhos jurídicos (medidas cautelares) para se manterem no Governo Municipal. E de outro, o PT/PMDB/PCdoB e seus aliados que aguardam ansiosos a possível cassação do Prefeito Edgar Bueno e assumirem a direção da prefeitura.

Enquanto isso, a Justiça Burguesa vai “empurrando com a barriga” uma situação insustentável para o povo da cidade que sofre com Postos de Saúde superlotados e número reduzido de funcionários, carência no número de vagas nas creches (aprox. 3000 crianças continuam sem vagas), moradores dos bairros clamam pelo asfalto prometido na campanha e estudantes sequer tiveram resposta sobre sua luta pelo Passe Livre.

Para nós do PSTU, infelizmente, esta “novela”, independente de quem ganhe a batalha jurídico/política, não terá um final feliz. Explicaremos as razões abaixo.

O QUE FAZER?

Uma parte da população considera que seria melhor manter Edgar Bueno na Prefeitura, pois sua saída só atrasaria obras que já estão em andamento causando transtornos e atrasos. Não temos confiança que este governo irá garantir as obras e infra-estrutura que esta cidade precisa. Colocamos-nos ao lado da população que está desiludida com Edgar Bueno (PDT) e não sem razão. 

Logo que assumiu reduziu pela metade o tempo de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e estouraram protestos exigindo infra-estrutura nos bairros (asfalto), passeatas estudantis e catracaços exigindo passe-livre e contra o aumento abusivo do IPTU.

Seu governo foi marcado por denúncias de corrupção relacionadas ao superfaturamento na compra de uniformes escolares e outras. Essas denúncias sequer foram investigadas, pois a maioria da câmara de vereadores que, na época, era composta por membros aliados do prefeito impediu. 

Os servidores amargam perdas salariais e um plano de carreira vergonhoso. A Lei do Piso  dos educadores municipais não está foi cumprida integralmente (ainda não implementou o 1/3 da Hora Atividade).

A “cidade ideal” propagandeada no horário eleitoral não passou de jogo de marketing e o tal “progresso” será bancado a partir de um endividamento record através de um milionário empréstimo do BID que será pago em dólar e certamente debilitará ainda mais o orçamento municipal com pagamento de juros.

LEMOS (PT) É A SAÍDA?

Lemos (PT) teve um histórico de luta sindical no passado, que respeitamos. Mas nos últimos anos em que esteve à frente da luta sindical, abandonou a independência política frente aos governos e defendeu um sindicalismo de conciliação e não de enfrentamento. 

Além disso, hoje Lemos não pode ser visto isoladamente, tanto de seu partido e coligação eleitoral, quanto de seu programa. Lemos, no processo eleitoral de 2012, defendeu publicamente as ditas parcerias público-privadas para o transporte público que nada mais são do que privatizações disfarçadas. Ele é aliado com o PMDB (de Sarney) que é base de apoio de Beto Richa (PSDB).

Não dá pra governar para os trabalhadores junto com estes “senhores”!

Nas eleições passadas, Lemos recebeu no segundo turno o apoio do PP dos Barreiros e de Sperafico e disse durante a campanha eleitoral de 2012 em um canal de TV de Cascavel que iria lutar para ter o apoio do PSD de Lange. Quando questionado sobre as farpas entre ele e Lange (PSD) no primeiro turno Lemos (PT) foi taxativo: "temos mais convergências que divergências (...) queremos o apoio de Lange e de todos que o apoiaram". Lembrando que, dentre os apoiadores de Lange (PSD) estão Alfredo Kaefer (PSDB) e o ex-DEM (PSD).

Lemos, para merecer nosso apoio, precisaria romper com o PMDB e os demais partidos burgueses e governar somente com os trabalhadores. A partir daí construir um programa que reflita as lutas de junho e os  interesses da juventude e de nossa classe. Infelizmente não é isso que observamos no horizonte.

O PT de hoje tem uma das mais caras campanhas eleitorais de sua história e, apesar de oferecer algumas concessões para os trabalhadores, governa para os ricos e poderosos que financiam sua campanha. Está envolvido em escândalos de corrupção, repressão a mobilizações da Copa e privatizações, da mesma forma que o PSDB e o DEM. Foi o governo do PT que jogou bilhões de dinheiro público no financiamento da Copa e das Olimpíadas e restringiu a meia-entrada estudantil.

Uma cidade para os Trabalhadores!

Apesar de entendermos que as eleições não são democráticas devido as altos investimentos financeiros de empresários que "patrocinam" alguns partidos, bem como a diferença do tempo na TV e rádio, defendemos novas eleições.

Além disso, defendemos que a esquerda socialista da cidade, da qual fazemos parte, construa uma candidatura que seja independente financeira e politicamente da burguesia, que apresente um programa voltado para o interesse dos trabalhadores e a juventude, expresse os anseios das mobilizações de Junho e aponte para a estratégia socialista.