Nota Pública do PSTU - Paraná
Um grupo de aproximadamente 30 índios
da tribo Kaingangue ocupou na manhã desta segunda-feira (3) o diretório
estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná em Curitiba. Eles viajaram
durante a madrugada do município de Mangueirinha, no sudoeste do Estado, até a
capital e protestaram, com toda razão, contra a postura da ministra-chefe da Casa
Civil, Gleisi Hoffman (PT) (pré-candidata a Governadora do Estado) que no último dia 7 - a pedido do Governo
Dilma (PT) - anunciou a suspensão da demarcação de terras indígenas no Paraná.
PT
E AGRONEGÓCIO NO PARANÁ: UMA RELAÇÃO DURADOURA E ESTÁVEL
Não é de hoje que nós do PSTU
denunciamos a relação promíscua do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná com
o Agronegócio. Já alertávamos a base desse partido sobre o perigo dos conchavos
políticos que culminaram no apoio ao candidato Osmar Dias (PDT) reconhecidamente
ligado aos fazendeiros do estado. Muitas direções sindicais inclusive foram “de mala e cuia” pra campanha eleitoral
chamar voto no fazendeiro sob o triste argumento de “mal menor”.
Agora,
os ruralistas pediram a suspensão de todos os processos de demarcação e foram
prontamente atendidos por Gleisi Hoffman (PT) e Dilma (PT). Embora neguem, a ação encabeçada por
Gleisi tem claros contornos eleitoreiros, já que, provavelmente, vai buscar o
financiamento de fazendeiros da região para sua campanha pra governadora em
2014. Recentemente, a ministra da Casa Civil,
Gleisi Hoffman, criticou os atuais critérios para a demarcação de terras
indígenas durante audiência da bancada ruralista no Congresso. Ela propôs a
criação de um novo sistema de demarcação que tira poderes da Funai e envolve a
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), órgão público mas
próximo ao agronegócio, demonstrando a intenção de ingerência direta nas
terras indígenas.
INDÍGENAS
DENUNCIAM TENDÊNCIA DE AUMENTO DA VIOLÊNCIA, PRECONCEITO E MORTES!
Em nota, o Conselho Indigenista Missionário
(Cimi) afirma que “o governo brasileiro demonstra íntima sintonia com
os interesses ilegítimos e ilegais da bancada ruralista e da Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) que buscam o estabelecimento de uma
moratória absoluta nos procedimentos demarcatórios no país”. E
alerta: “o aprofundamento da retração nos procedimentos de
demarcação das terras indígenas decorrente dessa iniciativa irá potencializar
os conflitos fundiários envolvendo os povos detentores do direito e os
ocupantes de boa ou má fé destas terras”.
Nos últimos dias acompanhamos o assassinato de
um indígena Terena durante uma reintegração de posse executada pela Polícia Militar
e Federal na fazenda Buriti, Sidrolândia (MS). A violência e o número de mortes
tende a aumentar também no Paraná, principalmente no Oeste (Guairá, Mal.
Rondon, Palotina, Assis Chat., Terra Rocha, etc.) e Sudoeste (região de
Mangueirinha) entre indígenas e latifundiários, regiões onde já começa a se
desenhar conflitos.
Com essa medida o Governo Dilma e o PT do
Paraná, através de sua principal figura pública (Gleisi Hoffman), assinam a
sentença de morte das nações que hoje vivem em territórios já muito reduzidos.
O governo petista se torna responsável pelos conflitos, assassinatos e
extermínio dos indígenas, processo que já estamos assistindo nas aldeias
Guarani-Kaiowá, Kaingang e nas etnias presentes em Belo Monte, entre outros,
que já vivem encurralados por jagunços de fazendeiros. Neste processo, o PT do
Paraná, lamentavelmente, cumpre um papel de protagonista.
Nesse sentido apoiamos a ocupação indígena da
sede do PT em Curitiba e defendemos:
- TODO
APOIO A CAUSA INDÍGENA!
- BASTA DE
LATIFÚNDIO E AGRONEGÓCIO!
- DEMARCAÇÃO
DAS TERRAS JÁ!
- CHEGA DE
PRECONCEITO, VIOLÊNCIA E ASSASSINATOS CONTRA INDÍGENAS!