terça-feira, 14 de agosto de 2012

Uma saúde pública eficiente, acolhedora e preventiva.


Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU:               
Cascavel para os trabalhadores!
Uma saúde pública eficiente, acolhedora e preventiva.


 CARÊNCIA NO NÚMERO DE LEITOS.
Segundo dados do IBGE, nos últimos 10 anos o Brasil perdeu 53 mil leitos, o que torna a situação da saúde ainda mais crítica. Informações que apontam que aproximadamente 70% dos leitos disponíveis nos hospitais no Brasil - e em Cascavel também - são privados.   Do total de leitos privados, 70% são financiados pelo SUS.

Houve redução de 62.767 leitos privados, mas houve também uma pequena ampliação no número de leitos públicos (9.818). No fim das contas, o Brasil perde 52.949 leitos - praticamente na rede privada, que tem investido em ambulatórios e clínicas, com menos recursos do que os necessários para manter um leito hospitalar, aumentam o lucro realizando procedimentos e até cirurgias que antes eram realizadas em ambiente hospitalar.

Em Cascavel temos 765 leitos, dos quais 210 são públicos e 555 são privados. Dos privados temos 405 que estão disponíveis para atendimento pelo SUS. Ou seja, os hospitais privados de Cascavel e do país são fundamentalmente sustentados pelo SUS. Isso significa que 70% da assistência hospitalar é privatizada em nosso país. Em 1995 foi reservado para a saúde 12% da receita da união, já em 2011 caiu para 7,3% e destes apenas 3,3% foi pra a saúde pública. É preciso aplicar 100% do orçamento da saúde na saúde pública e parar de enriquecer donos de hospitais privados que sobrevivem do dinheiro público graças a ausência de uma política pública de expansão do acesso a atenção básica e crescimento dos leitos públicos.

Segundo recomendação do próprio Ministério da Saúde é necessário para garantir padrões aceitáveis de saúde em uma cidade a existência de três (03) leitos para cada 1000 habitantes. Em Cascavel temos uma população aproximada de 290 mil habitantes, ou seja, deveríamos ter 858 leitos e temos apenas 765. Estão faltando aproximadamente 100 leitos. Isso corresponde a metade do número de leitos do Hospital Universitário. Lembramos que os 765 leitos de Cascavel estão disponíveis para a população de toda a região Oeste e não somente para a população de Cascavel. Isso agrava o problema e reforça ainda mais a necessidade da construção de um Hospital Público na cidade.

Segundo dados retirados da cartilha A Saúde no Brasil, lançada em 05 de Junho de 2010 por diferentes Sindicatos de Trabalhadores da área ligados a CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular, os leitos em hospitais privados chegam a custar 2,5 vezes mais do que em um hospital público. Percebemos aí um grande desperdício de dinheiro público que poderia ser mais bem aproveitado se investido na construção e manutenção de hospitais públicos, e principalmente, se investido na atenção básica.

É preciso investir na construção de um Hospital Público Municipal, reivindicação histórica dos trabalhadores da cidade, combinada com a ampliação do número de leitos no HU.

ATENÇÃO PRIMÁRIA PRECÁRIA.
A falta de leitos é agravada ainda mais por que o primeiro nível de assistência, que deve ser ofertado pelas unidades básicas de saúde, unidades de saúde da família e outros, não conseguem resolver todos os problemas que o município tem responsabilidade.
 
A luta pelo aumento dos leitos públicos deve estar atrelada a melhoria da qualidade na Atenção Primária que pode e deve resolver pelo menos 80% dos problemas de saúde da população sob sua responsabilidade, antes de precisar encaminhar aos hospitais. Ou seja, detecta a origem dos problemas e procura resolver, diminuindo a necessidade da população recorrer a um tratamento hospitalar. Problemas de saneamento básico, transporte público, sobrecarga, doenças e acidentes de trabalho, saúde do trabalhador, assédio moral, poluição gerado por indústrias, violência doméstica, machismo, homofobia, abuso sexual e racismo, problemas alimentares, etc. podem ser detectados e combatidos através das UBS´s de uma forma combinada com a comunidade. Isso significa mais investimento, mais médicos, enfermeiras, agentes de endemias, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, etc. Significa também melhores condições de trabalho e salário, como redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução do atendimento para a população.

Atualmente reina o caos. O número de abrangência recomendável para as UBS´s e PSF é no máximo 3000 pessoas. Porém são atendidas em média 20.000 pessoas pelas equipes de saúde o que torna o atendimento seletivo, com acesso restrito (classificação de risco), centrada no indivíduo, pautada no modelo biomédico, focalizada nas regiões mais pobres e principalmente para quem não tem plano de saúde privado.

É urgente a ampliação das equipes de saúde, passando das atuais 10 para 87!

Essas equipes precisam ter autonomia e condições de trabalho para planejar, em conjunto com a comunidade, ações e meios mais adequados para intervir. Deve se pautar na determinação social das doenças garantindo acesso amplo com acolhimento (humanização), com equipes multiprofissional completa que garanta o vínculo e a continuidade dos cuidados.

Para isso, alem de haver um maior comprometimento do governo federal, na aplicação de 10% da receita bruta será necessário investir 100% do orçamento municipal na saúde pública, principalmente no 1º nível (atenção primária).

Infelizmente mudam-se governos e o caos na saúde pública permanece. O primeiro orçamento de Dilma separa 49,5% de tudo o que é arrecadado no país (PIB), entre impostos e taxas, para os banqueiros. Enquanto isso, apenas 2,92% vai para a educação e 3,53% para a saúde. A Organização Mundial da Saúde recomenda investir 6% do PIB no sistema de saúde.
Isso nunca aconteceu, é como se você tivesse entregando metade de todo seu imposto de renda e das taxas sobre os produtos que você compra para os bancos. É por isso que falta dinheiro para a saúde. É por isso que a situação da atenção básica está como está. É por isso que faltam leitos, que pessoas morrem nas filas, que trabalhadores da saúde estão ficando doentes por excesso e péssimas condições de trabalho, etc.

Como se não bastasse, Dilma em seu primeiro ato de governo em 2011 cortou 50 bilhões do orçamento público (record) dos quais 2 bilhões foram da educação e 5 bilhões da saúde pública.

Os nossos representantes dizem que é impossível aumentar os investimentos para a saúde, pois “não tem de onde tirar tanto dinheiro”. Defendem então a criação de um “novo imposto”, parecido com a velha CPMF que era pra ser investida em saúde e foi desviada para o pagamento da Dívida Pública. Na verdade foram retiradas outras fontes quando a CPMF passou a ser cobrada. Deu na mesma, mas algumas pessoas “juram” que a CPMF não foi desviada. E realmente não foi, os outros recursos é que foram...

Nós dizemos que tem dinheiro para garantir de fato uma saúde de qualidade. Para isso é preciso aumentar o investimento em saúde parando de enviar metade do PIB para agiotagem internacional e investindo pesado nesta área.
  
Saúde do Trabalhado

Temos hoje uma epidemia de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mutilando ou adoecendo nossos trabalhadores. Somente no Paraná em 2011, foram 110 acidentes de trabalho graves por dia. E em Cascavel tivemos 29 mortes no trabalho em 2011. Não é mais possível permitir a continuidade deste verdadeiro genocídio contra a classe trabalhadora em nome da acumulação capitalista.

Nos frigoríficos, cooperativas, abatedouros e indústrias de Cascavel são inúmeros os acidentes e doenças (físicas e psicológicas) do trabalho facilmente comprovados do número de procura por esses trabalhadores nas UBS´s. O ritmo de trabalho é alucinante e a jornada que chega a 10, 12 horas por dia.

A priorização da atenção básica significa também punição a estas empresas e exigência da redução da jornada sem redução de direitos e salários, como também pagamento das horas extras (fim do banco de horas);

Propostas:
É preciso aplicar 100% do orçamento da saúde na saúde pública e parar de enriquecer donos de hospitais e laboratórios privados que sobrevivem do dinheiro público graças à ausência de uma política federal, estadual e municipal de expansão do acesso a atenção primária, construção e ampliação de laboratórios públicos e crescimento do número de leitos em hospitais públicos.
  • Da medicina curativa (biomédica) para medicina preventiva. Focar na promoção e proteção.
  • Trabalho combinado com a epidemiologia municipal para saber quais os principais problemas da saúde da cidade.
  • Investimento maciço na Atenção Primária. É urgente a ampliação das equipes de saúde da família, passando das atuais 10 para 87 (aprox.) até cobrir 100% do município.
  • Fortalecimento e expansão do Laboratório Municipal até garantir que todos os exames sejam feitos no laboratório público.
  • Para acabar com o problema da ausência de leitos defenderemos a construção de um Hospital Público Municipal combinado com ampliação do número de leitos no HU!
  • Melhores condições de trabalho e salário para os trabalhadores da saúde, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução do atendimento para a população.
  • Defesa da aplicação de 6% do orçamento bruto da união para a saúde pública! Dilma traiu os trabalhadores e vetou a EC 29 e tenta privatizar a saúde pública! Se o governo cumprisse o que diz a EC 29 destinaria 10% do orçamento bruto pra saúde o que significaria 35 bilhões a mais no setor.
  • O capitalismo é o problema central da saúde pública no Brasil.