Os moradores do bairro Interlagos, na região norte de Cascavel, foram surpreendidos com uma operação integrada da Polícia Militar, Civil, equipes do Choque, Cavalaria e Rádio Patrulha na quinta-feira (21 de Julho). O objetivo da operação, segundo o comando, é “aproximar os policiais da comunidade e ainda diminuir a criminalidade dos bairros”. Este é o método utilizado por Beto Richa (PSDB) e Edgar Bueno (PDT) para combater a violência em Cascavel que assusta a população pelo número de assassinatos de jovens que superou o número de 122 mortos até hoje.
Todos os candidatos a prefeitura (exceto Rosana Nazzari 21), muitos empresários, ligados a ACIC norte, e moradores comuns, reféns de uma situação caótica, defendem que, para acabar com a violência é preciso aumentar o efetivo policial na região e criar a Guarda Armada.
Até o candidato do PT à prefeitura, Prof. Lemos, insiste que precisamos da mais homens armados e câmeras de vigilância para combater a violência em nossa cidade.
Mas será que este tipo de operação - uma maior presença da polícia, câmeras de vigilância e a criação da Guarda Armada - resolverá o problema da violência?
Nós do PSTU não acreditamos
nisso. Para nós, este tipo de ação nada mais é do que uma tentativa de
criminalização da pobreza. Pelo contrário, esses candidatos prometem criar mais uma forma de violência contra os filhos da classe trabalhadora. Os verdadeiros bandidos não estão nos bairros pobres e não serão reprimidos pela polícia ou guarda municipal pois usam paletó e
gravata.
O
desemprego, por exemplo, pode ser resolvido através de uma série de
iniciativas, como um Plano
de Obras Públicas, com a construção de 20.000 casas populares para cobrir o
déficit habitacional de Cascavel, ou 40 CMEI´s para garantir o direito a
educação de todas as crianças que aguardam vagas nas creches (4.200 aprox.), e absorver a mão-de-obra
desempregada. Tudo isso com a contratação, via concurso público, de operários
da construção civil pela prefeitura, organização de uma empresa pública e com estímulo aos famosos mutirões.

O arrocho salarial pode ser enfrentado
com a duplicação imediata do salário mínimo, com um plano em direção ao salário do Dieese. E com o reajuste geral dos salários.
O problema educacional pode ser combatido com a aplicação de 10% do PIB na educação pública. Isso possibilitaria programar um plano real de educação para a juventude, assim como integrá-la em atividades de lazer.
Garantir esse plano custaria
menos que um terço do que Dilma (PT) vai pagar durante seu governo aos
banqueiros com juros e parcelas da dívida pública.
Acabar com a impunidade!
Para acabar com a impunidade é preciso começar prendendo os grandes criminosos, políticos, juízes e policiais corruptos e violentos. Sem atacar a impunidade “dos de cima”, será impossível reprimir o crime. A punição dos políticos corruptos terá, necessariamente, que incluir os grandes burgueses corruptores, com a prisão e a expropriação de seus bens.
Muitos foram os escândalos de
corrupção na prefeitura de Cascavel que não foram investigados pela Câmara de
Vereadores. O caso do Kit Escolar é um deles.
Acabar
com a violência policial!
Quando falamos em acabar com a violência também
incluímos aí a violência do aparato repressivo do Estado. Para isso é preciso construir uma polícia civil única
organizada de forma completamente diferente das atuais e fundamentalmente desmilitarizada.
Essa nova polícia será controlada
democraticamente pela população, com delegados eleitos. Os policiais terão
direito de sindicalização e greve para possibilitar um ambiente
democrático em que os soldados controlem seus superiores pra acabar com as
humilhações que sofrem, com salários dignos e condições de trabalho no mesmo
nível do restante do funcionalismo público. Os maus policiais serão punidos
exemplarmente, em processos acompanhados pela comunidade.
Devem ser criados, também, grupos comunitários de autodefesa, encarregados de controlar e trabalhar com a nova polícia nos bairros populares. Esses grupos seriam formados por associações de bairros, sindicatos e organizações populares.
Acabar com a
repressão a juventude pobre e negra da periferia!
Drogas é um problema de saúde
pública e não de polícia!
Quase 90% dos assassinatos em Cascavel são
decorrentes da violência do tráfico ou da repressão pela polícia. Em sua
maioria quem morre são jovens, pobres, homens e negros.
A proibição e repressão, como política de combate ao
tráfico, mata mais do que a ação da própria droga. É como se tivéssemos uma
epidemia de gripe em que fosse receitado um medicamento que mata mais do que a
própria gripe. Uma política fracassada, irracional e irresponsável. Um genocídio contra a juventude negra e pobre da periferia.
Precisamos avançar desta postura infantil e encarar o papel das drogas em todas as culturas incentivando o uso adequado e desestimulando compulsão e irresponsabilidades.
Plantas de cultivo milenar como
canabis, coca e papoula são proibidos, porem libera-se a propaganda abusiva,
durante o intervalo do jogo de futebol, de psicoativos que provocam acidentes
de carro e mortes. Para ampliar vendas, a indústria alia-se a concepções que
enxergam estados mentais como “doenças” que só poderiam ser tratadas com
“remédios”. Daí o abuso de Rivotril, Fluxetina, calmantes e relaxantes
musculares.
O problema das drogas se resolve com saúde pública e não polícia!
Só a legalização e o controle público da produção e
distribuição afastariam o crime organizado e criariam um fundo público para
financiar a saúde e atendimento aos abusadores (dependentes). A produção de
medicamentos e psicoativos não pode funcionar sob a lógica do lucro.
Precisamos
descriminalizar as drogas para acabar com o submundo do narcotráfico e tratar
os dependentes químicos (abusadores).
Com a disponibilização de uma equipe técnica que acompanhe os doentes e colaborem para sua cura. A aplicação do método de Redução de Danos para os casos crônicos deve também ser analisada.
Com a disponibilização de uma equipe técnica que acompanhe os doentes e colaborem para sua cura. A aplicação do método de Redução de Danos para os casos crônicos deve também ser analisada.

Só com investimentos pesados que garantam uma verdadeira distribuição da riqueza de nosso país combateremos de fato o abuso de drogas pela nossa juventude e todo tipo de violência em decorrência disso.
A política de proibir, criminalizar e reprimir vem demonstrando nos últimos 50 anos um completo fracasso.
Propostas:
- Lutar por uma mudança na política econômica do governo federal para assegurar salário, emprego e educação para todos que de perspectiva de vida a nossa juventude;
- Plano de Obras Públicas através de uma empresa pública de construção civil que empregue a juventude e construa as mais de 40 creches, Centros de Lazer em todos os bairros, Casas Abrigo e as mais de 20.000 casas necessária para acabar com o déficit habitacional de Cascavel.
- O problema das
drogas se resolve com saúde pública e não com repressão! Postura não-infantil exige encarar papel das
drogas em todas as culturas, incentivando usos adequados e desestimulando
compulsão e irresponsabilidade;
- Defesa da descriminalização das drogas para acabar com o submundo do narcotráfico e tratar os dependentes químicos. Legalização e controle público afastariam o crime organizado. Criaria fundo público para financiar a Saúde – inclusive atendimento aos dependentes;
- Aplicação do método de Redução de Danos para os casos mais crônicos.
- Defesa da desmilitarização da polícia e construção de nova polícia única e civil, controlada pela comunidade, com delegados eleitos, com direitos trabalhistas aos policiais, inclusive o de sindicalização e greve.
- Prisão e expropriação dos bens dos maiores ladrões: os políticos e empresários corruptos.