sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lutar contra a homofobia: pelo direito à diversidade



Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU:
Cascavel para os trabalhadores!

Em termos teóricos, a palavra homofobia refere-se à aversão (fobia) a homossexuais; em termos concretos, se traduz em práticas que discriminam e oprimem aqueles que têm orientação sexual diferente da heterossexual – tida como “normal”, por ser majoritária.

Somente no Brasil, algo em torno de 15 milhões de pessoas têm comportamento homossexual. Apesar desse número expressivo, a discriminação é intensa. Uma pesquisa recente, realizada com 416 homossexuais do Rio de Janeiro, revelou que 60% dos entrevistados já tinham sido vítimas de alguma agressão e 58,5% já enfrentaram alguma discriminação ou humilhação. 

Outra evidência da homofobia é o resultado de uma pesquisa realizada com cinco mil professores do ensino fundamental e médio, no final de maio passado: 59,7% deles declararam ser inadmissível que uma pessoa possa ter experiências homossexuais e 21% disseram não desejar ter um gay ou uma lésbica como vizinhos.

Quanto mais o comportamento homossexual choca-se com o “padrão” definido como “normal”, maior é a violência. Entre os transexuais e travestis, 42,3% já sofreram algum tipo de violência. Isso também “explica” a extrema violência enfrentada por mulheres (particularmente negras) quando assumem seu lesbianismo, fugindo do “padrão” que lhe reservava o papel de objeto sexual dos homens.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, entre 1963 e 2001, foram registradas, no Brasil, 2.092 mortes, cuja motivação foi a homossexualidade da vítima. Esse número deve ser muito maior, pois, em muitos casos, familiares procuram abafar os crimes e a polícia nada faz para desvendá-los. 
Aliás, impunidade é outra marca registrada da homofobia. São raros os casos de prisão e punição dos culpados. Exceções só como no caso de Edson Néris (espancado até a morte, por skinheads, em São Paulo, em 2000), quando a mobilização contribuiu para a prisão e a condenação de vários dos assassinos.

Raízes históricas e práticas cotidianas

Nas raízes da homofobia há um pouco de tudo: a consagração da figura do homem heterossexual como sinônimo do poder, a opressão da mulher, “teorias” científicas infundadas, o obscurantismo religioso etc. 

Independentemente da origem, o fato é que a ascensão do cristianismo resultou no aumento da discriminação aos homossexuais. Durante a Inquisição, dezenas de milhares de gays e lésbicas morreram nas fogueiras. Outros milhares foram presos, perseguidos e deportados. 

Práticas semelhantes foram utilizadas pelo nazismo, que encarcerou e matou centenas de milhares de homossexuais nos campos de concentração (onde eram obrigados a utilizar um triângulo rosa na roupa – que, hoje, é um dos símbolos do movimento). No nazismo, o argumento era “científico”, baseado em teorias do século 19, cunhando o termo “homossexualismo” como doença. Aliás, essa concepção durou até 1985, quando a Organização Mundial da Saúde foi obrigada a retirar a homossexualidade de sua lista de patologias.

É preciso ir às ruas lutar pela criminalização da homofobia, pela união civil e por igualdade de direitos. É preciso enfrentar os covardes skinheads e demais homofóbicos com ação direta e politizada. É preciso retomar o orgulho GLBT.

Para nós do PSTU, a luta pelo fim definitivo do preconceito é a luta por outra sociedade, verdadeiramente igualitária, uma sociedade socialista. Somente acabando com a exploração e reconstruindo a sociedade sobre outras bases é que iremos enterrar de vez todo o ódio e a discriminação.


PROPOSTAS:
  • Luta pela Criminalização da Homofobia - aprovação do PLC-122!
  • Queremos o casamento civil com direito de adoção, queremos uma educação pública voltada para o respeito à diversidade sexual, queremos um Estado laico e, por fim, queremos uma sociedade sem preconceitos e que todos tenham o direito à felicidade.
  • Por último precisamos exigir da presidente Dilma para que aprove a distribuição do Kit anti-homofobia nas escolas!
  • Criação de Material Didático Municipal pela diversidade e anti-machismo/racismo/homofobia a ser elaborado conjuntamente com as organizações sindicais e populares.